terça-feira, 2 de outubro de 2018

Venha daí um refrigerante fresquinho!!!



O pobre do Sumol é um dos actuais alvos da aterradora máquina fiscal. Essa refrescante bebida de laranja, com bolhinhas, que nos alivia o calor no pingo do verão, tomada na sombra daquela fabulosa esplanada junto ao rio, afinal é um vilão cheio de sacarose para nos envenenar os tecidos.  Parece que o gangue dos refrigerantes se juntou para  assaltar a nossa preciosa saúde.  Vai daí, o justiceiro do bem estar, pegou nas suas armas fiscais e tratou de disparar taxas sobre as frescas coca-colas, as apetecíveis 7-ups, os espalhafatosos Ice teas, os lusitanos frisumos.  O açúcar faz mal aos dentes e à diabetes  e parece que essas bebidas têm carradas dele.  Tomem lá impostos para cima que é p’ra aprenderem a ser saudáveis. Assim, as pessoas já não consumirão essas maléficas bebidas açucaradas e virar-se-ão  para os batidos de beterraba, rúcula e cenoura , se possível biológicos.
Fico contente por, os órgãos decisores tributários,  pensarem de forma tão afectiva e preocupada no nosso bem estar.   Esta decisão vem na sequência dos quase imperceptíveis aumentos de impostos no global plano de profilaxia da saúde dos portugueses. A gasolina é a mais cara da europa, porquê? Porque os impostos colocados no combustível são também os maiores da europa, a bem da saúde geral. O Portuga andará menos de carro, logo fará mais atividade física, logo ficará mais saudável. Mas eu  trabalho a 80 km de casa!?...logo ficará ainda com mais saúde, podendo dedicar-se ao ciclismo de longa distância. Se não tem bicicleta, burro ou uma motoreta movida a painéis solares, pode ir de carro, sabendo que não lhe sobrará muito dinheiro para gastar em bebidas açucaradas e continuará cheio de saúde. Mas espera aí, a beterraba e aquela erva, a rúcula,  também estão pela hora da morte…?...
No meio da discussão dos impostos sobre os refrigerantes e da saúde pública, apareceu a notícia (um pouco menos relevante) da substituição da procuradora geral da república Joana Marques Vidal.  Parece  que ela estaria a “Tratar da Saúde” de algumas deprimentes e corruptas personagens  deste país, até então intocáveis, e foi aí que o equívoco surgiu: “Tratar da saúde dos bandidos? Temos é de tratar da saúde dos portugueses, pá! Ainda ontem estive com o meu Rafael 5  horas à  espera na urgência do hospital STª Maria!  Uma vergonha! Deixem lá esses malandros e pensem nos mais desfavorecidos, caneco!”.  Quando alguém quis explicar que “Tratar da saúde” pode apresentar-se como uma forma de expressão idiomática podendo significar “Tratar de meter na choldra a bandidagem”, do outro lado,  confundiu-se com o “Tratar da saúde do doente com amigdalite, no consultório médico”. Mudou-se a Procuradora e o tal do Juiz Carlos Alexandre, este último,  uma espécie de força especial no tratamento da saúde da apavorada bandidagem.   Parece assim, que a bandidagem agora, possa tratar da sua saúde à vontade (sem expressão idiomática) e continuar a tratar da saúde dos portugueses (de forma violentamente idiomática) se possível com a falência de mais uns quantos bancos e o aluguer de casas em Paris, com dinheiros provenientes da saúde de outros.  É que os marqueses do processo são muitos, e parecem ter uma saúde férrea. Sinto  que a minha saúde está bem entregue, ou antes, tratada,  pelo outro juiz eleito por sorteio informático à 3ª tentativa (problemas de saúde do computador?), que parece ter o historial e as ferramentas necessárias para tratar da saúde (idiomática) dos dossiers mais complexos e remetê-los para a reciclagem dos resíduos “hospitalares Judiciais”.  
Uma coisa é certa, enquanto assisto a esta preocupação comovente com a nossa saúde colectiva, vou ali beber um sumol fresquinho,  que não há maneira de baixarem as temperaturas, e assim, no caso de me tratarem de vez da saúde, não correrei o risco de estar a digerir um saudável  sumo  de beterraba com rúcula.