domingo, 4 de janeiro de 2009

A Liliana resolve

Imagem retirada da net

Depois da viragem para o novo ano dei de caras com uma tal Liliana Queiroz; direi antes, que dei de caras com as mamocas de uma tal Liliana Queiroz(?). Foi aliás com algum espanto que, depois da festarola, do champanhe, das passas e da contagem decrescente, começámos a fazer zapping pelos vários canais televisivos e eis que surge a nossa miss Playboy, exibindo desinibida os seus fartos atributos carnais. Ao princípio estranhei. Havia algo que não batia certo; quase sempre nos mandam com filmes do Van Damme, melodramas dos anos 80, ou ainda análises prognósticas do ano que aí vem. Mas desta vez, ali estava a moçoila semi-despida com os seios pululando de alegria. Por mera curiosidade pus-me a analisar um pouco da história. A rapariga muito bonita tinha um primo muito bonito que namorava com outra rapariga muito bonita. Iam para um rancho muito bonito, com vacas muito bonitas, onde a rapariga muito bonita num exercício de imaginação pré-incestuosa, começou a achar que o primo afinal era bonito de mais para ser apenas… primo. Na voz off, a rapariga confessava a sua ininterrupta estimulação sensual; tudo lhe despertava sensualidade, desde o primo, à namorada do primo, ao feno, aos cortinados, aos lençóis de algodão, à ovelhinha, ao odor da furgoneta. Tudo era suficiente para se começar a despir. Está bom de ver que aquilo descambou numa grande e confusa algazarra…sensual. O canal de televisão teve uma boa ideia. Perante a perspectiva de um ano ensombrado e negro, manda-nos com as tetas silicónicas da Liliana, rapariga que se satisfaz com qualquer coisita. A estratégia é do mais elaborado que existe. Espetam-nos uma farpa no nosso cérebro reptiliano, na nossa faceta mais abrutalhada, com uma imagem da boazona da Liliana sempre a despir as vestes, por causa do clima escaldante. Transmite-nos assim uma sensação de calor e aconchego, perante um panorama gélido e sem grande piada. A imagem das mamocas felizes da Liliana, leva-nos a encarar as agruras do dia-a-dia com outro optimismo. Basta para isso um exercício de alguma imaginação. Ao ouvirmos o discurso do Presidente no primeiro dia do ano, apelando à nossa (infindável) paciência perante as (infindáveis) adversidades, ao invés de desenvolvermos alguma repulsa por aquele frouxo timoneiro que não faz nada para salvar o barco, bastará pensarmos que a doce Liliana descobriria na voz do Cavaco qualquer coisa de sensual. Se começarmos a ficar com azia sempre que Sócrates liberta mais uma das suas baboseiras, teremos de imaginar o que a Liliana poderia dizer: “então este não foi considerado um dos governante mais sensuais da Europa?...até as patranhas têm algo de estimulante!”. A Liliana funciona assim como o nosso anjinho; a voz positivista da consciência, apenas com uns seios maiores. Quando começarmos a fazer contas; a ver o fim do mês cada vez mais longe, porque o tipo da voz sensual nos pediu para ter paciência, e o outro da mentira estimulante nos entesa cada vez mais, basta pensar na angélica Liliana a sussurrar-nos delicadamente ao ouvido “meu doce, esquece as contas para pagar, pensa que com pouca roupinha se cria outro clima de sensualidade...”. Pensarmos no aumento de 20% do desemprego, nada que a Liliana não resolva com um “é da maneira que têm todo o tempo para rebolarem ali nos fenos ou na caixa aberta da furgoneta, com toda a sensualidade e sem pensar em acordar cedo para pegar no trabalho”. A onda de assaltos violentos? A Liliana tem a solução “Às vezes a violência é tão estimulante! Um homem de capuz a entrar numa casa aos berros é tão sensual!...eu,…eu,.. batia-lhe logo com o chicote e amarrava-o à cabeceira da cama!” . O estado da educação em Portugal, dos miúdos que brincam apontando armas de plástico à cabeça das professoras,… “era disso que eu me tinha esquecido. O capuz, o chicote e… a pistola. Só depois o amarrava à cabeceira. É tão sensual um homem apontando a pistola. E então quando grita: ou me dás positiva ou disparo! é do mais afrodisíaco que pode haver…”.
Será desta forma, acompanhado pela imagem da positiva, despreocupada e sensível Liliana, que tentarei superar os espinhos mais dolorosos do novo ano. Ela facultou-me a lição de que até os seres mais abjectos poderão esconder qualquer tipo de sensualidade, bastando fazer um pequeno esforço para o descobrir. Quem sabe se a breve trecho, consiga vislumbrar na assembleia da república, uma espécie de quinta da playboy, onde até as moscas das vaquinhas exalam sensualidade.

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