quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Tristiano

Cristiano Ronaldo, o craque da bola lusitano não festejou os seus dois golos ao Granada. Nem um beijinho na aliança, nem uma dedicatória ao filho, nem uma pose para a câmara.  Toda a malta ficou preocupada. Depois de alguma insistência do jornalista para a ausência de euforia pós golo, Cristiano solta um “Estoy triste…”. Gerou-se o pânico; a incredibilidade colectiva, …o “nosso menino está triste”, o que fazemos agora?. Eu não fiquei preocupado. Pelo contrário, fiquei contente pelo tristeza do tipo. Revelou a sua sensibilidade perante os problemas que assolam o seu país de origem.  Verbalizou em  espanholês que a razão do seu descontentamento era do foro profissional. Ora aí está! O nosso melhor futebolista está triste por existirem 800 mil desempregados (profissionais sem profissão) em Portugal. A sua solidariedade patriótica enternece. Quando chega a hora de revelar a distribuição de 10% do seu salário mensal para ajuda dos desempregados, a doação de um dos seus brincos de diamante a uma instituição de sem abrigo….  “la gente dentro do clube sabe por que estoy triste” ….?... A gente dentro do clube sabe?...será que desabafou com o roupeiro que iria vender o seu Ferrari Maranello em prol das vítimas do furacão “Politikitina” que varreu o país? Vieram as más línguas dizer que ele queria renegociar o contrato, que acharia o milhão de euros que ganha por mês,  insuficiente para encher de luxos  a sua Irina.   Cristiano não tardou em esclarecer que não era uma questão de dinheiro. Viram?...o que vos dizia. Que motivo poderá existir para um tipo estar triste quando ganha por mês o que eu ganharia durante duas vidas, quando joga no melhor clube do mundo, é treinado pelo melhor treinador do mundo, namora com uma das mais bonitas modelos do mundo, está entre os três melhores jogadores do mundo, tem na garagem os melhores carros do mundo, consegue construir mansões nas melhores reservas ecológicas do mundo?...o único motivo plausível será de preocupação com os seus compatriotas que continuam a levar com o Relvas todos os dias. Atacam de novo os delatores e dizem que ele está triste porque os companheiros de balneário não lhe lavam as costas com sabonete “Dove” a única marca que mantém a sua pele hidratada. Enquanto neste momento inúmeros “bons samaritanos” se preocupam em criar as condições para o craque se sentir menos triste, eu continuo a agradecer ao Cristiano a sua preocupação, esperando que materialize esse sentimento solidário com ajuda efectiva. Para começar pode transferir para a minha conta pessoal um mísero dia do seu ordenado. Dá  para todas as despesas e contas mensais, para trocar de carro que o meu já mete água e faz uns ruídos esquisitos e ainda para adquirir 1000 caixas de sabonete “Dove” que enviarei em correio azul para a sua mansão de Madrid.

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